Por mais que a pandemia tenha impulsionado modelos de trabalho e estudo remoto, essa nova estrutura parece ser a realidade apenas de uma minoria. Um levantamento do NZN Intelligence, em parceria com o Estadão Summit Mobilidade Urbana, evento online e gratuito que acontece até sexta-feira, mostra que só 19,4% das pessoas têm conseguido trabalhar de casa durante a crise sanitária.
Os dados, que apontam tendências de mobilidade no último ano, mostram também que 43% dos brasileiros precisam se deslocar no mínimo 5 quilômetros para chegar ao trabalho. Além disso, o levantamento evidencia um medo generalizado entre quem precisa sair de casa: 42,9% dos respondentes saem só para trabalhar.
Mudança de hábito
Houve uma significativa mudança nos hábitos de mobilidade durante a pandemia: 45,3% das pessoas alteraram a forma de se deslocar. Os dados também apontaram uma alta na adesão aos aplicativos de carona — 12% da população passou a usar mais esse serviço.
A fuga de aglomerações levou a um aumento de 40,2% no uso do carro particular, e 31, 6% das pessoas passaram a se locomover mais a pé ou de bicicleta. A última transformação pode ser uma resposta à tendência global de incentivo à mobilidade ativa.
Problemas de mobilidade permanecem
Apesar de as pessoas estarem circulando mais ao ar livre, velhos problemas de mobilidade urbana ainda têm afetado a qualidade de andar a pé ou de bike. Para 33,60% das pessoas, ainda faltam ciclovias, e 30,49% reclamam das ruas escuras.
Futuro da mobilidade urbana
Muita gente quer manter os hábitos adquiridos mesmo depois de a pandemia acabar. O estudo revelou que 32,3% das pessoas pretendem caminhar, 40,4% querem continuar usando aplicativos de entrega e 37,5% desejam seguir usando máscara e álcool em gel em locais públicos.