Um dos centros de logística da Huawei em Sorocaba (SP) que possui uma rede 5G privada, dezenas de robôs, transportam sozinhos quase uma tonelada de produtos e equipamentos pelo galpão. A cena parece ficção, mas já é realidade.
“A indústria, desde fábricas até o agronegócio, está sendo a primeira a sentir os efeitos do 5G. Isso porque a conectividade e velocidade que esse sistema de transmissão de dados trouxe já permite que novas tecnologias sejam implementadas de imediato, cortando gastos e trazendo mais segurança”, explica Marcela Carvalho, assessora de assuntos estratégicos da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).
Segundo Bruno Jorge, head de Indústria 4.0 da ABDI, na Huawei já foram observados uma melhoria de 25% na eficiência operacional geral, a redução de 30% no ciclo de produção, a melhoria de 20% no giro de estoque e a eliminação total dos erros operacionais e do uso de papel.
Em agosto do ano passado, a ABDI já mostrou os resultados preliminares do 5G na indústria. Em parceria com a Anatel, a agência divulgou um relatório que mostrou que o uso do 5G em fase de testes permitiu a instalação de equipamentos que antes não eram utilizados nas fábricas que participaram do estudo. Robôs de inspeção com realidade virtual e câmeras inteligentes foram os gadgets que tiveram o melhor resultado com a tecnologia.
O futuro vai além da indústria, uma das grandes apostas do setor de saúde é possibilidade de democratizar o acesso a cuidados médicos, utilizando a velocidade e estabilidade da rede para fornecer consultas e cirurgias remotas. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), por meio da iniciativa InovaHC, lançou no último dia 15 o projeto OpenCare 5G, rede privativa 5G para testes de conectividade avançada na saúde.
No OpenCare 5G, duas antenas foram instaladas em duas salas. Em uma, estão equipamentos de ultrassom e tomografia. Na outra, os exames são realizados de forma remota. Nos primeiros testes, já foi possível observar que a menor taxa de latência oferecida pelo 5G melhorou o sincronismo entre quem coordena e quem executa a atividade médica.
No setor de mobilidade urbana, ainda que carros autônomos estejam em testes fora do Brasil, a tecnologia ainda deve demorar para chegar aqui, devido a entraves burocráticos que impedem a circulação deste tipo de veículo no país.
De acordo com Marcela Carvalho, da ABDI, as possibilidades das aplicações com o 5G são quase infinitas. Mas ainda há muito a evoluir.
“Há três maneiras para diminuir o custo da infraestrutura: implementação em larga escala; evolução tecnológica e confiabilidade na rede; e aposta no open-run, em que a rede é ‘quebrada’ em pedaços com várias empresas e tecnologias se encaixando”, diz Marcela.
Fonte: UOL Tilt